domingo, maio 01, 2011

2 meses de perda.

A minha prima, Larissa Gonzalez(outra moderadora do LAS), postou recentemente (hoje mesmo) sobre o falecimento de nosso avô. E eu (Camila Freire) queria contar do meu jeito, como tudo aconteceu, e contar o que aprendi.  Também queria tentar aconselhar aqueles que tiveram grandes perdas e ainda não superaram.


'' Eu precisava falar disso algum dia, '' 

(1o de março ,  2011)

           Eu acordei, e parecia um dia como qualquer outro. Eu estava feliz , e ansiosa pois tinha teste no CCAA. O meu avô parecia bem ,  além de não estar.  Ele estava passando um tempo na minha casa, porque era perto do hospital que ele tinha que ir 3 vezes por semana realizar a Hemodiálise e tals. Ele não tinha mas condições de andar, tomava vários remédios, e eu varava a noite com ele para fazer companhia.  Então, eu fui pro teste; lembro de me despedir dele, com um beijo na bochecha e ele me dando um '' Boa Sorte '' ,  então, eu fui para o teste e voltei.  Meu avô, como sai, parecia bem, e estava conversando, reclamando, como sempre.     
           Minha mãe e minha tia tinham brigado por motivos bestas de irmãs, e minha tia não ia muito na minha casa, mas justamente dia primeiro de maço, ela decidiu ir lá em casa mesmo brigada com minha mãe para visitar o meu avô.     Então ela chegou lá e conversamos, passamos o dia todo bem com meu avô.  
            Em casa estava : Eu, meu avô Paulo, minha avó Lindalva, minha mãe Cristiane, minha tia Andrea, minha ex cunhada Rosângela juntamente com minha sobrinha Luanda.   Chegando de noite ele começou a ficar calado, e não nos respondia, até uma de nós que não me recordo quem, percebeu que ele estava diferente.  E ai a minha vó o perguntou ;   '' Tó , você está bem ?  ''   ,  e ele ficou calado e ela perguntou de novo. E ai ele disse;  '' Estou sim , só um pouco de falta de ar ''  .           Mas, pela sua 'cara' não dava pra perceber que estava bem.  Então a minha vó disse ;  ''  Ahhh Paulo, vamos no hospital agora ''   ,  e ele disse;  '' Não, eu to bem''  -  sem a MÍNIMA vontade de falar.   Mas, a minha vó estava decidida a ir, então saio ela e minha cunhada para o hospital que ficava bem próximo a minha casa como disse.    Minha mãe desceu para abrir os portões e ficou eu e minha tia o arrumando,  eu lembro de colocar a sua camisa, de fechar os botões. De colocar o seu tão amado perfume e de o deixar pronto.    Depois de o arrumar , eu sentei no sofá em frente dele e liguei o notebook,  pois ele estava bem, só calado e estranho.   Ai a minha mãe chegou e sentou ao lado dele enquanto minha tia arrumava as coisas pra levar pro hospital.    
               Eu falava com amigas no msn até ouvir minha mãe gritando ; '' PAAAAI, O QUE VOCÊ TEM PAI, FALE COMIGO ! '' .   A primeira coisa que eu fiz foi rumar o notebook para trás, o fazendo bater no sofá e cair.   Eu corri pra perto dele , e todos nós pensávamos que era de glicemia pois ele tinha quase sempre essas coisas mas ficava bem.              Minha mãe me mandou pegar refrigerante achando que o açúcar tinha abaixado e tals, tentamos colocar na boca dele, mas ele não engolia.      Até eu perceber o estado do meu avô:  Ele estava parado,  com a boca aberta , e os olhos arregalados, como se tentasse puxar o ar e não conseguisse respirar. Nós gritávamos muito e chorávamos também.  E então meu avô fechou os olhos e abaixou a cabeça, como se estivesse dormindo sentado.   Minha mãe e minha tia o sacudia,  eu saí correndo,  abri a porta e desci as escadas quase voando.  Bati na porta da minha vizinha Carla e em soluços e choros eu tentei explicar que meu avô estava passando mal.  Ela saio correndo pra pedir ajuda na rua e eu subi novamente as escadas e minha mãe e minha tia estava tentando carregar meu avô.        Não sei de onde veio a força, mas elas desceram as escadas carregando ele.    A minha sobrinha que dançava na sala antes de acontecer as coisas, ficou totalmente calada e observando em estado de choque, mesmo sem entender.       Então eles entraram no carro e foram para o hospital correndo. 
             Eu e minha sobrinha fomos pra casa da minha vizinha, eu estava passando mal, chorando muito. Elas me deram água e então fiquei mais calma achando que ele estava bem. Fiz um lanche pra mim e pra minha sobrinha, e então fomos ver televisão e eu fiquei no computador.   Eu contei pra um amigo bem próximo o que havia acontecido, ele me ajudou, me apoiou, e disse que tudo ia ficar bem. Eu acreditei.  
             Depois de um tempo minha cunhada me liga perguntando se eu e Lulu estávamos bem,  e eu disse ;  '' Sim Rosa, eu tô bem , e meu avô com ele tá ? ''  ,  Ela disse ''  Calma, Camila, ele tá com os médicos, relaxe, fique bem ''  ,  e eu insisti ;  '' Rosa, não minta pra mim, fale a verdade, POR-FA-VOR ''   , e ela continuava dizendo que não sabia, que ele ainda tava com os médicos e que já estava chegando.     
              Uns 30 minutos depois um carro pára na frente de casa, e eu corri para porta sabendo que era minha familia.   Eu achava que estava tudo bem até ver todos chorando, dando crises.  Eu logo percebi que acontecera alguma coisa.   Eu comecei a chorar e uma amiga próxima da familia me abraçou e levou pro meu quarto.  Eu chorava e soluçava e perguntava o que tinha acontecido.   Ela disse que deveríamos ter forças para enfrentar, e disse que eu devia me manter calma para ajudar a minha vó.  Até que ela disse a pior frase que escutei na minha vida.   :     ''    Camila, o seu avô infelizmente faleceu ''  .       Eu já estava chorando, dei uma crise, eu comecei a gritar dizendo;  '' Não pode ser, Amanda, eu quero meu avô, eu preciso dele '' ,  '' É mentira, eu sei, ele tava bem de manhã''       .   Eu levatei chutando as coisas, o meu tio Fabio chorava também, ele me abraçou e disse que precisávamos ser fortes.     Mas eu não estava conformada, saí chorando, chutando as coisas até o sofá da sala.     Me sentei chorando abraçada com minha mãe, até que minha prima Larissa, e meu primo Lucas entraram também chorando muito.    Meu primo foi pro quarto e a minha prima se juntou a mim no sofá.  Chorávamos tentando entender, nos abraçamos e até o outro dia, chorávamos. 


            Hoje faz 2 meses que meu avô não está mais entre nós.  Eu nunca pensei que doeria tanto, como doeu e ainda dói.   Cada lágrima foi sincera, e até hoje eu ainda lembro perfeitamente do sorrido do meu avô,  do que ele me dizia, do resmungo e todas as coisas que ele fez.      No fundo todos nós sabíamos que isso aconteceria algum dia mas não admitíamos.  Guardamos os sentimentos para nós.   
             Hoje eu não posso ouvir, lembrar, tocar, ou cantar a música I miss you ou I'll always remeber you da Miley Cyrus.   Pois intrusas lágrimas invadem os meus olhos e escorrem pelo meu rosto.  No fundo também sabemos que foi melhor pra ele, e que COM CERTEZA ele está em um lugar melhor agora, sem sofrimentos e sem dores. Mas , o nosso coração não quer deixa-lo ir.  É difícil mas não existe outro jeito, só sermos fortes para superar , e se '' acostumar '' a viver sem a pessoa amada mais longe dos olhos, só que mais perto ainda do coração.  Eu quero que aonde ele esteja, que meu avô sinta orgulho de mim, que ele sorria ao saber da minha vida.  Eu vou batalhar pra fazer o que ele queria, vou me tornar uma pessoa como ele desejava.     
                 Eu agora, entrego nas mãos de Deus nossa vidas, e a vida de meu avô. Peço para que Deus o guarde e o faça seguir seu caminho.   

              Eu sempre lembrarei de você meu ''veinho'' ,  eu sempre te amarei ; Para sempre


Camila Freire     -   @millalovesu    . 
           
             





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