sábado, maio 28, 2011

You belong with me.


     
          Eu não o reconheci de primeira vista. Era apenas um vulto distante. Apertei os olhos para poder enxergar. Ele andava lentamente na minha direção, como se hesitasse em fazê-lo. As mãos estavam nos bolsos, e o vento fazia seu cabelo se movimentar violentamente, assim como os meus. Segurei algumas mechas loiras que caiam em meu rosto, e apertei mais os olhos azuis para poder enxergá-lo. 

- Jake? - Perguntei. Ele ergueu a cabeça ao ver que eu o chamava. Os olhos castanhos continuavam os mesmos. A barba estava por fazer, dando-lhe um ar charmoso. Ele abriu seu sorriso mais bonito, mostrando suas fileiras de dentes brancos e bem alinhados.
- JAKE! - eu gritei, enquanto corria até ele. Praticamente pulei em cima dele e o envolvi em um abraço apertado. Ele riu e me abraçou de volta. 
- Oi, Annie. - Ele disse calmamente, como sempre. Eu o fitei. Jake era mais alto que eu, de modo que eu era obrigada a olhar pra cima toda vez que nos encontrávamos. Os labios dele estavam levemente rosados, por causa do frio. E como sempre...
incrivelmente atraentes.

Começamos a andar enquanto conversávamos animadamente sobre diversos assuntos. Até que não restou nenhum e eu me vi obrigada a falar sobre aquele que mais me incomodava. 
- E a sua namorada? - As palavras sairam da minha boca deixando um gosto amargo e incômodo. Ele desviou o olhar. 
- Está bem. - Era notória a dor em sua voz. 


''Eu sinto sua dor 
posso fazer isso certo? 
Percebo 
não há fim à vista 
ainda assim eu espero 
para que você possa ver a luz 
Eu sou aquela que realmente ama você'' 


Quando eu continuei o olhando, sem dizer nada, ele desabafou. Contou que nada estava realmente bem, e que quando eles se falavam, eram apenas brigas e mais brigas. Perguntou-me do meu namorado, e eu disse o mesmo. Ele parou de andar. 
- Estamos infelizes. - Foi tudo o que me disse. E foi aí que me dei conta de quando nós estávamos próximos. Ele me olhou no fundo dos olhos.
Senti o coração bater a uma velocidade que eu pensei que fosse atravessar meu peito e sair. 
- É. - foi tudo o que consegui responder. 


''Eu não agüento mais 
e enquanto eu estou vivendo 
Eu estarei esperando 
enquanto estou respirando 
Eu estarei lá 
sempre que você me chame 
Eu estarei esperando 
sempre que você precisar de mim 
Eu estarei lá '' 


Ele pôs uma de suas mãos sobre meu rosto, e eu o senti formigar e se aquecer, por causa do contato da sua pele quente com a minha fria. Senti seu rosto se aproximar lentamente do meu, até ficar tão próximo que pude sentir sua respiração. 
- Você precisa de mim tanto quanto preciso de você? - Ele sussurrou. Fiz que sim... e ele lentamente se afastou. 
- Eu... preciso ir. -
Ele sussurrou. Fiz que sim... e ele lentamente se afastou. 
- Eu... preciso ir. - E antes que eu dissesse ou fizesse qualquer coisa, saiu correndo. E desapareceu. Eu só percebi que estava chorando quando o vento gelado bateu e eu senti as lágrimas frias e incômodas escorrerem pelas bochechas.  





 (texto de Luiza Valadares )



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